‘Der Spiegel’ adverte para os riscos da Copa 2014
‘Der Spiegel’ adverte para os riscos da Copa 2014
Cley Scholz
A revista semanal alemã “Der
Spiegel” trouxe reportagem de capa neste domingo, 11, sobre os riscos da
Copa 2014 no Brasil. A imagem da capa é uma bola oficial ‘Brazuca’
pegando fogo como um meteoro enquanto despenca sobre o Rio de Janeiro.
Faltando quatro semanas para o início da
competição, segundo a revista, crescem os protestos contra a corrupção,
desperdício de dinheiro público e contra a Copa do Mundo da FIFA.
Segundo a revista, há ameaças de greves e
riscos de distúrbios. O repórter Jens Güsling fala sobre o noticiário
repleto de cenas de violência. A revista destaca a destruição recente de
400 ônibus no Rio e os protestos dos sem-teto que bloqueiam o trânsito
em São Paulo e outras manifestações do gênero em várias capitais.
A revista narra também o clima de
descontentamento com a situação econômica, a insegurança, o atraso das
obras de infraestrutura, educação e saúde.
O gasto de R$ 10 bilhões com 12 novos
estádios também é citado na revista, que destava a previsão de lucro de
R$ 10 bilhões da Fifa, sendo R$ 6,5 bilhões com direitos de transmissão e
R$ 3,5 bilhões venda de direitos de imagem.
O escritor mineiro Luiz Ruffato,
entrevistado pela Der Spiegel, fala sobre o uso político da Copa em ano
de eleição.“Assim como na ditadura em 1970, assim é agora. No começo se
dizia que a Copa do Mundo da FIFA traria muitos benefícios para o povo e
para as cidades-sede porque haveria grandes investimentos na
infraestrutura. Agora vemos que praticamente não houve investimentos em
infraestrutura, mas em compensação foram construídos estádios que
ninguém precisa, que o dinheiro público foi desperdiçado e que houve
oportunidade para mais corrupção.”
A equipe da revista visitou a favela do
Jacarezinho, no Rio, onde o fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos
Costa, disse ser a favor das manifestações durante a Copa. “Nós não
vamos ganhar nada com esta Copa. Nada vai mudar para nós.”
A revista afirma que a esperança do
governo brasileiro e da FIFA é que a seleção brasileira conquiste o povo
e alcance o “hexa”. Assim, o clima de insatisfação poderia terminar em
Carnaval.
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