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OS ASSALTANTES DA CONSCIÊNCIA
Por: Mauro Santayana
Muitos cometemos o engano de atribuir a
Goebbels a idéia da manipulação das massas pela propaganda política.
Antes que o ministro de Hitler cunhasse expressões fortes, como
Deutschland, erwacht!, Edward Bernays começava a construir a sua
excitante teoria sobre o tema.
Bernays, nascido em Viena,
trazia a forte influência de Freud: era seu duplo sobrinho. Sua mãe foi
irmã do pai da psicanálise, e seu pai, irmão da mulher do grande
cientista. Na realidade, Bernays teve poucas relações pessoais com o
tio. Com um ano de idade transferiu-se de Viena para Nova Iorque,
acompanhando seus pais judeus. Depois de ter feito um curso de
agronomia, dedicou-se muito cedo a uma profissão que inventou, a de
Relações Públicas, expressão que considerava mais apropriada do que
“propaganda”. Combinando os estudos do tio sobre a mente e os estudos
de Gustave Le Bon e outros, sobre a psicologia das massas, Bernays
desenvolveu sua teoria sobre a necessidade de manipular as massas, na
sociedade industrial que florescia nos Estados Unidos e no mundo. O
texto que se segue é ilustrativo de sua conclusão:
“ A
consciente e inteligente manipulação dos hábitos e das opiniões das
massas é um importante elemento na sociedade democrática. Os que
manipulam esse mecanismo oculto da sociedade constituem um governo
invisível, o verdadeiro poder dirigente de nosso país. Nós somos
governados, nossas mentes são moldadas, nossos gostos formados, nossas
idéias sugeridas amplamente por homens dos quais nunca ouvimos falar.
Este é o resultado lógico de como a nossa “sociedade democrática” é
organizada. Vasto número de seres humanos deve cooperar, desta maneira
acomodada, se eles têm que conviver em sociedade. Em quase todos os atos
de nossa vida diária, seja na esfera política ou nos negócios, em nossa
conduta social ou em nosso pensamento ético, somos dominados por um
relativamente pequeno número de pessoas. Elas entendem os processos
mentais e os modelos das massas. E são essas pessoas que puxam os
cordões com os quais controlam a mente pública”.
Bernays
entendeu que essa manipulação só é possível mediante os meios de
comunicação. Ao abrir a primeira agência de comunicação em Nova Iorque,
em 1913 – aos 22 anos – ele tratou de convencer os homens de negócios
que o controle do mercado e o prestígio das empresas estavam “nas
notícias”, e não nos anúncios. Foi assim que inventou o famoso press
release. Coube-lhe também criar “eventos”, que se tornariam notícias.
Patrocinou uma parada em Nova Iorque na qual, pela primeira vez,
mulheres eram vistas fumando. Contratou dezenas de jovens bonitas, que
desfilaram com suas longas piteiras – e abriu o mercado do cigarro para o
consumo feminino. Dele também foi a idéia de que, no cinema, o cigarro
tivesse, como teve, presença permanente – e criou a “merchandising”. É
provável que ele mesmo nunca tenha fumado – morreu aos 103 anos, em
1995.
A prevalência dos interesses comerciais nos jornais e,
em seguida, nos meios eletrônicos, tornou-se comum, depois de Bernays,
que se dedicou também à propaganda política. Foi consultor de Woodrow
Wilson, na Primeira Guerra Mundial, e de Roosevelt, durante o “New
Deal”. É difícil que Goebbels não tivesse conhecido seus trabalhos.
A
técnica de manipulação das massas é simples, sobretudo quando se
conhecem os mecanismos da mente, os famosos instintos de manada, aos
quais também ele e outros teóricos se referem. O “instinto de manada”
foi manipulado magistralmente pelos nazistas e, também ali, a serviço do
capitalismo. Krupp e Schacht tiveram tanta importância quanto Hitler.
Mas, se sem Hitler poderia ter havido o nazismo, o sistema seria
impensável sem Goebbels. E Goebbels, ao que tudo indica, valeu-se de
Bernays, Le Bon e outros da mesma época e de idéias similares.
A
propósito do “instinto de manada” vale a pena lembrar a definição do
fascismo por Ortega y Gasset: um rebanho de ovelhas acovardadas, juntas
umas às outras pêlo com pêlo, vigiadas por cães e submissas ao cajado do
pastor. Essa manipulação das massas é o mais forte instrumento de
dominação dos povos pelas oligarquias financeiras. Ela anestesia as
pessoas – mediante a alienação – ao invadir a mente de cada uma delas,
com os produtos tóxicos do entretenimento dirigido e das comunicações
deformadas. É o que ocorre, com a demonização dos imigrantes
“extracomunitários” nos países europeus, mas, sobretudo, dos procedentes
dos países islâmicos. Acossados pela crise econômica, nada melhor do
que encontrar um “bode expiatório”- como foram os judeus para Hitler,
depois da derrota na Primeira Guerra - e, desesperadamente, organizar
nova cruzada para a definitiva conquista da energia que se encontra sob
as areias do Oriente Médio. Se essa conquista se fizer, há outras no
horizonte, como a dos metais dos Andes e dos imensos recursos
amazônicos. Não nos esqueçamos da “missão divina” de que se atribuía
Bush para a invasão do Iraque – aprovada com entusiasmo pelo Congresso.
É
preciso envenenar a mente dos homens, como envenenada foi a
inteligência do assassino de Oslo – e desmoralizar, tanto quanto
possível, as instituições do Estado Democrático – sempre a serviço dos
donos do dinheiro. Quem conhece os jornais e as emissoras de televisão
de Murdoch sabem que não há melhor exemplo de prática das idéias de
Bernays e Goebbels do que a sua imensa empresa.
São esses
mesmos instrumentos manipuladores que construíram o Partido Republicano
americano e hoje incitam seus membros a impedir a taxação dos ricos para
resolver o problema do endividamento do país, trazido pelas guerras, e a
exigir os cortes nos gastos sociais, como os da saúde e da educação.
Essa mesma manipulação produziu Quisling, o traidor norueguês a serviço
de Hitler durante a guerra, e agora partejou o matador de Oslo.
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