Spielberg e suas mensagens às Crianças

”O futuro pertence às crianças”. – Eles sabem disso.

Nascido nos Estados Unidos, Steven Spielberg é descendente de uma família judaica, cuja avó teria sobrevivido a Auschwitz. Sua relação especial com o Holocausto judeu pode ser vista na ficção dramática “A Lista de Schindler”, onde um alemão teria ajudado na libertação de milhares de judeus dos campos de trabalhos forçados erigidos na Europa Central, essenciais para a manutenção da máquina de guerra alemã.

Para se ter uma idéia da importância deste cineasta para a Indústria do Holocausto, até mesmo o ex-presidente norte-americano Bill Clinton (aquele mimado pela “Monika Chupinsky”) declarou publicamente a 1 de dezembro de 1993: “I went to see Schindler s List....I implore every one of you to go see it” (Eu fui assistir “A Lista de Schindler”... Eu imploro a cada um de vocês que assistam-no).

Spielberg fundou ainda a organização sem fins lucrativos “Survivors of the Holocaust” (Sobreviventes do Holocausto), dedicada a gravar e arquivar entrevistas dos sobreviventes do Holocausto ao redor do mundo. A Indústria do Holocausto está totalmente ciente da importância destes testemunhos, pois como confirmado pelo veredicto do 1º Processo sobre Auschwitz em Frankfurt (1963-1965), o que sabemos sobre este episódio está baseado somente em depoimentos das testemunhas e pessoal dos campos. Ou seja, não existem comprovações provenientes de perícia técnica in loco, nem laudos de autópsias que confirmariam a morte através de envenenamento com gás cianídrico etc.

Sobre as testemunhas, Spielberg afirmou:

“Estamos perdendo testemunhas dia após dia, e é bem provável que já na primeira década do século XXI, nem mesmo as testemunhas mais jovens estejam entre nós. É o momento para que os sobreviventes mais velhos se dirijam aos jovens de todos os lugares do mundo para que estes saibam o que lhes aconteceu, o que viram e vivenciaram.”

Sugerimos que Spielberg também registre o testemunho do sobrevivente judeu Herman Rosenblat – NR.

A Fuga das Galinhas

Ao contrário da película A Lista de Schindler, que ficou vedada às crianças por ter recebido classificação de “impróprio para menores de 14 anos” (cenas de violência e tensão), Spielberg procurou apresentar o drama sofrido pelos judeus ao público menor de 14 anos através de desenhos animados com classificação “livre”.

No filme A Fuga das Galinhas, produzido no ano 2000, o ambiente é aquele semelhante a um campo de concentração, onde as inocentes galinhas – que supostamente nunca fizeram mal a quem quer que seja e não entendem porque estão presas ali – servem como matéria-prima para a fábrica de tortas de frango, dirigida pelos seus terríveis algozes.
Indústria do Holocausto tenta aliciar o público infantil


                           



Quem se ocupou minimamente com os contos e mitos em torno dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, conhece a lenda sobre a fabricação de sabão a partir da gordura dos detentos. Estaria aqui Spielberg querendo preparar o subconsciente das crianças com esta alusão à idéia do campo de concentração onde se fabrica algum produto (torta x sabão) a partir da matéria-prima composta pelos próprios prisioneiros (galinhas x judeus)? Certamente isso não deixaria de ser mais um vale-tudo típico deste polêmico episódio histórico. Este filme faturou US$ 97 milhões, somente nos EUA.

Madagascar

Quatro anos depois, Spielberg produz um novo desenho animado de classificação “livre”, intitulado Madagascar. A estória mostra novamente a fuga de animais a partir de um zoológico em Nova York, até sua transferência para a ilha de Madagascar, na África.

Acostumados a ter supridas todas suas necessidades pela sociedade que os abriga, os animais do zoológico se vêem agora livres na selva. Diante desta nova realidade, eles se deparam com a cruel realidade mundana, onde cada um tem que providenciar seu próprio sustento. Não acostumando ao esforço diário na eterna luta pela sobrevivência, eles resolvem retornar ao conforto do ambiente urbano de Nova York.

Muitos aqui devem estar pensando agora, o que isto tem a ver com o drama dos judeus europeus?

Depois que a Inglaterra e França deflagraram a Segunda Guerra Mundial declarando guerra contra a Alemanha a 3 de setembro de 1939 (Talvez isso cause espanto a muitos leitores, por isso recomendamos a leitura imprescindível do artigo Lição de história para sabichões e Polônia é culpada pela Segunda Guerra Mundial?), o desenrolar inicial da guerra permitiu aos alemães pensarem numa solução inusitada para sua “questão judaica”: o Plano Madagascar. Com a derrota da França, a ilha de Madagascar tornou-se um mandato alemão e todos os judeus poderiam ser transferidos para esta nova “Terra Prometida”, onde teriam “próprio prefeito, polícia, correio e administração ferroviária etc”. Leia mais sobre este assunto em A Emigração.
"Animais do zoológico são evacuados para seu “Paraíso Prometido”
            



Como treinar o seu Dragão

Após ter-se retirado em 2006 da Dreamworks, Spielberg não está aparentemente envolvido nesta produção de sua antiga produtora. A estória deste filme gira em torno de uma aldeia vikings, os quais lutam contra terríveis seres que parasitam sua comunidade. Estes monstros – os dragões – sugam toda a produção dos nórdicos, vivem apenas se aproveitando dos frutos do trabalho suado deste povo. Segundo a narração do filme, os vikings são ensinados desde cedo a odiar este inimigo mortal de seu povo.
O eterno inimigo pede perdão aos nórdicos e passam a conviver pacificamente
       

Mas ao decorrer da película, a mensagem transmitida é que esses monstros não são tão maus. Na verdade, eles são obrigados a roubar o povo nórdico; eles são forçados a sugar toda sua produção por obediência a algo superior, a um “gigantesco dragão”, algo diabólico e monstruoso escondido nas profundezas de uma caverna escura. Seria algo como um “Deus do mal”, ao qual os dragões comuns prestam obediência. Este “Deus” dos dragões seria o responsável pelo fato deles serem tão odiados pelos outros povos. Ele parece ordenar seu povo aroubar, matar, escravizar e exterminar os outros seres. Praticando isso, os meros dragões não teriam a consciência pesada, pois apenas seguem aquilo que seu adorado "Deus" ordena.

Os vikings, ao perceberem o estado de escravidão espiritual que se encontram os dragões, ajudam-nos a se libertar de seu “Deus vingativo e opressor”. Ao final do filme, os dragões aparentemente pedem perdão ao povo nórdico pela eterna pilhagem e passam a conviver pacificamente como fazem analogamente os outros povos do mundo.

Aqui não está claro qual mensagem a nova direção da Dreamworks quis transmitir com este filme, se há uma relação com as insistentes mensagens anteriores de Spielberg sobre o sofrimento dos judeus europeus, ou talvez sinalizem uma nova direção para o público infantil que ainda não foi identificada plenamente.

Postado por: ByLorenzo         -               Fonte: Inacreditavel



Comentários

Postagens mais Visitadas